Equiparação salarial entre homens e mulheres foi tema de mesa redonda no TRT-PR

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As palestrantes apresentaram diversas perspectivas sobre o tema "Trabalho Igual, Salário Igual"

A necessidade de equiparação de salários entre homens e mulheres foi tema de debate em evento realizado na sexta-feira (31), na sede administrativa do TRT-PR, em Curitiba. O encontro é resultado de uma parceria entre a Business Professional Women (BPW) e a Escola Judicial (EJ) do Regional paranaense.

O objetivo do evento, que já foi realizado em diversos países, é chamar a atenção da sociedade sobre a necessidade de discutir a igualdade de gênero nos ambientes profissionais de todo o mundo.

Sob o formato de mesa redonda, quatro mulheres que atuam em diferentes áreas contaram aos participantes um pouco de suas experiências pessoais, trazendo diversas perspectivas sobre o tema proposto: "Trabalho Igual, Salário Igual".

Ao introduzir as exposições das convidadas, a juíza Morgana de Almeida Richa, coordenadora da EJ, falou sobre as conquistas alcançadas pelas mulheres nos últimos anos, frisando que ainda há um longo caminho a percorrer.

"As mulheres tiveram um espaço e uma ascensão absolutamente incríveis se olharmos para o último século, para os últimos 50 anos. (...) Hoje há uma ocupação dos espaços e essa ocupação é concreta. (...) No entanto, no aspecto cultural, ainda temos avanços a obter", declarou a magistrada, que compôs a mesa de abertura com o diretor da EJ, desembargador Cássio Colombo Filho, e a presidente da BPW, Birgit Keller Marsili.

Desigualdade social

A primeira explanação do encontro foi a da desembargadora Rosemarie Diedrichs Pimpão. Depois de fazer uma contextualização histórica do papel da mulher na sociedade, a magistrada abordou a desigualdade social entre os gêneros, observando que a mulher enfrenta, entre outras barreiras, discriminação no trabalho por gravidez, cultural histórico de violência, pouca representatividade e ocupação de cargos políticos.

A desembargadora também salientou que, ao ocupar o mesmo cargo e dispondo da mesma qualificação, mulheres recebem salários mais baixos do que homens. "Com relação à desigualdade salarial entre homens e mulheres, ainda serão necessários mais de 70 anos para suprir essa disparidade", destacou.

Mulheres no Judiciário

A juíza Vanessa Karam de Chueiri Sanches falou em seguida, oferecendo números sobre a participação feminina no Poder Judiciário, especialmente ocupando posições de gestão e poder. "O percentual de representatividade feminina no Poder Judiciário é significativamente menor quando observamos os números dos Tribunais. Quanto mais elevado é o grau da carreira, menor é a representatividade feminina", afirmou.

A palestrante disse ainda que o argumento de que o decurso de tempo seria suficiente para resolver o problema da desigualdade em cargos de gestão não se sustenta e que a questão de gênero é um assunto atual e premente a ser discutido. "O caminho é esse: viabilizar a inclusão não apenas a partir de conversas de rodas de mulheres, mas trazendo o debate a toda a sociedade", destacou.

Vieses inconscientes

A exposição da advogada Luciana Sbrissia Bega tratou dos vieses inconscientes relacionados ao tema. Ela falou sobre o papel da estrutura cultural e do preconceito nas construções sociais que envolvem os gêneros.

"Os vieses inconscientes são informações que recebemos durante toda a nossa existência e que nos trazem percepções e padrões de comportamento. Assim, muitas vezes fazemos julgamentos de forma automática e não consciente", explicou a advogada, lembrando que a realidade de poucos direitos para mulheres ainda é parte de um passado recente e que essa memória influencia nossos comportamentos enquanto sociedade.

Mercado de Trabalho

Ao final do encontro, as convidadas receberam certificados de participação da mesa redonda

Para finalizar o encontro, a participação da psicóloga e consultora de recursos humanos Andréa Gauté trouxe uma série de relatos abordando os obstáculos impostos às mulheres no que se refere ao mercado de trabalho. De acordo com a palestrante, as desigualdades se apresentam já no processo seletivo e continuam aparecendo no decorrer da carreira.

"Quando falamos que temos uma presença que mudou de 5% para 15% de mulheres em cargos de CEOs, sabemos que houve uma melhoria. (...) Ainda assim, no Brasil temos somente 19% de mulheres em cargos de alta gestão. Pouco, perto do que o padrão mundial exige, que é um percentual de 24%", concluiu.

Outras ações sobre o tema

No dia 14 de junho de 2019, o TRT-PR será sede do Seminário Internacional sobre Igualdade de Gênero nas Instituições. Entre as palestrantes, estarão a ministra do Tribunal Superior do Trabalho Delaíde Miranda Arantes, a conselheira do Conselho Nacional de Justiça Maria Tereza Uille Gomes e a procuradora-geral da República, Raquel Elias Ferreira Dodge.

O evento é aberto ao público e as inscrições podem ser feitas pelo e-mail inscricoes@trt9.jus.br, com informação do nome completo e documento de identificação, de forma gratuita.

Clique AQUI para saber mais.

Veja mais imagens do encontro AQUI.



Assessoria de Comunicação do TRT-PR
(41) 3301-7313
ascom@trt9.jus.br




Última atualização: terça-feira, 4 jun. 2019, 14:23