18/09/2019
Workshop discutiu teletrabalho e trabalho remoto no TRT do Paraná
<<VoltarO teletrabalho e o trabalho remoto foram temas de workshop realizado no auditório da Escola Judicial do TRT do Paraná, na manhã da última sexta-feira (13). O evento, que contou com duas palestras, foi destinado a magistrados e servidores do Tribunal.
Na abertura do workshop, o desembargador Cassio Colombo Filho, diretor da Escola Judicial, falou sobre a experiência aplicada em seu gabinete, na época em que ainda era juiz convocado no Tribunal. "O teletrabalho funcionou como chamariz naquele período, e o resultado foi bastante satisfatório, com os servidores produzindo mais e com mais qualidade", disse.
Apesar de reconhecer os bons resultados observados no desempenho de sua equipe desde que o teletrabalho foi inserido, o desembargador Cassio colocou em análise, como forma de provocação aos participantes, fatores que precisam ser levados em consideração quando o assunto vem à tona. "Devemos saber como lidar não apenas com o aspecto técnico, baseado em normativas, mas com a socialização do servidor, o tratamento que se dá a quem adota esse regime de trabalho, e a saúde do trabalhador", destacou.
Para a presidente da Comissão de Gestão do Trabalho do TRT da Nona Região, juíza Ana Maria São João Moura, que integrou a mesa de abertura do evento, o trabalho remoto e o teletrabalho podem ajudar a superar o desafio imposto pela restrição orçamentária do Poder Judiciário e de reposição do quadro de pessoal.
"A essência dessa modalidade de trabalho traz diversos aspectos positivos, uma vez que algumas pessoas produzem melhor em situações diferentes das tradicionais, e os gestores têm o importante papel de observar e identificar esses perfis. A comissão avalia todas as questões associadas ao tema, buscando apontar os melhores caminhos para que essa ferramenta seja aplicada com sucesso em nosso Regional", explicou.
A primeira palestra do workshop foi apresentada pela servidora Bianca Merino Fernandes. Tratando do tema "O trabalho a distância como ferramenta de auxílio à gestão de trabalho no TRT da 9ª Região", Bianca iniciou sua apresentação traçando um panorama orçamentário e de pessoal do TRT-PR, mostrando o impacto desfavorável de tais políticas no Tribunal.
Atualmente, há 171 vagas abertas no TRT do Paraná sem qualquer previsão de provimento. No total, 24 Varas do Trabalho estão com quantitativo de pessoal abaixo do mínimo, e gabinetes de desembargadores também sofrem com a falta de servidores. O TRT-PR conta com 276 servidores em teletrabalho e 20 desenvolvendo trabalho remoto, em um quadro total de aproximadamente 2300 servidores.
"Diante de todas essas circunstâncias, repensar a forma de trabalho é importante. O teletrabalho deve, sim, ser levado em consideração, ainda que saibamos que resistências sempre acontecerão. Precisamos, quem sabe, incentivar as unidades a tentar uma experiência para avaliar os resultados e verificar se os ajustes podem ser implementados", ressaltou Bianca.
Coordenador, desde 2016, da Coordenadoria de Processos Eletrônicos do Tribunal Superior do Trabalho (desde 2012 existe o teletrabalho no TST), o servidor Francisco Henrique Mendonça Nina Cabral trouxe, na palestra "Teletrabalho na administração pública - uma experiência do gestor do TST", fragmentos de sua experiência como gestor de uma unidade em que 31% do quadro trabalha remotamente.
"Para Francisco, que fez uma apresentação bem-humorada para tratar do tema, há mais prós do que contras no teletrabalho. Segundo o palestrante, em relação ao semestre anterior, a Coordenadoria de Processos Eletrônicos do TST registrou um aumento de 52,4% em sua produtividade.
"A maior dificuldade em relação ao teletrabalho passa pelo comparativo que costumo fazer com a velha história do ovo e da galinha. As pessoas confundem se quem precisa nascer primeiro é o teletrabalho ou a gestão por resultados. Temos de ter claro que a gestão precisa vir antes, para que saibamos medir os resultados, quanto devemos cobrar, quantos produtos precisamos entregar", alertou.
O palestrante abordou, entre outras questões, a aplicação e utilização de ferramentas de TI gratuitas para auxiliar no gerenciamento do teletrabalho; metodologias de metrificação da atividade; mensuração e controle de produtividade; e mecanismos de comunicação com equipe em trabalho remoto.
A preocupação com a integração e a saúde dos servidores em teletrabalho foi também levantada por Francisco como um dos pilares da modalidade. "Diretrizes precisam ser estabelecidas para que a experiência seja gratificante para o teletrabalhador. Com um bom planejamento, é possível reduzir significativamente os índices de absenteísmo, além de atrair talentos, manter baixo o volume de movimentações e aposentadorias precoces e, claro, alcançar metas que antes pareciam distantes", finalizou.
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