24/02/2014 - Subordinação: “eu não sei mais quem é meu chefe”
Subordinação: “eu não sei mais quem é meu chefe”
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Juiz do Trabalho Marcus Menezes Barberino Mendes |
Juiz do Trabalho Murilo Carvalho Sampaio Oliveira |
Desestruturação Produtiva Rodolfo Pamplona Filho Eu não sei mais quem é meu chefe Eu não sei mais quem é meu patrão Recebo ordens de todos os lados Mas não sei quem me dá o pão... Já fui parte da organização: o orgulho da minha seção, mas a tal reengenharia alterou a filosofia... Falam de flexibilização Em um mundo globalizado Só que deixaram todos na mão sem olhar para o lado... Realmente tudo na China é produzido mais barato. Vendem aqui mesmo na esquina Sem se ater a um simples fato Que o que nos leva a ser feliz é ter uma vida normal e não ser aprendiz de um dumping social Todo o sistema mudou... Não faz sentido falar em nação... Graças a isso, virei consumidor não sou mais povo, nem cidadão A mídia nos transformou em público, que pagou e quer o serviço não se fala mais em direito, nem se pensa em compromisso... |
A era do emprego já passou... O que se quer é flexsegurança Em que consumido eu é que sou E o Estado cuide dos que não têm esperança... Por que subordinação, e não dependência? Quem disse que necessidade é indecência? Por que cada um cuidar do seu e nada mais? E, depois, o Estado é que exclui os marginais... O espelho precisa realmente se quebrar e se converter em um multifacetado cristal para olhar o outro sem repúdio ou pesar e recuperar aqueles que sofrem o mal Já mudei de nome várias vezes, como mudo de empresa em poucos meses Fui temporário, estagiário, Cooperado, terceirizado Já fui PJ, já fui parceiro Fui colaborador, já fui meeiro Fui precário, em experiência Fui autônomo ou outra crença Fui mobília da casa, tombado, Membro da família, agregado Dependente ou parassubordinado, só não deixei de ser explorado... Ciudad Real, 16 de setembro de 2008 |
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