Valorização do trabalho das mulheres é tema de seminário no TRT-PR

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Foto: Presidente do TRT-PR, desembargador Arnor Lima Neto, e vice-presidente, desembargadora Marlene T. Fuverki Suguimatsu

Presidente do TRT-PR, desembargador Arnor Lima Neto, e vice-presidente, desembargadora Marlene T. Fuverki Suguimatsu

O Tribunal Regional do Trabalho do Paraná promoveu, na última sexta-feira (31/3) o Seminário Trabalho e Valorização da Mulher. O evento foi realizado no auditório da Escola Judicial do TRT9, em Curitiba. Além das questões sobre gêneros, foram trazidos à discussão assuntos correlatos, como a discriminação sofrida por mulheres negras ou por mulheres com deficiências.

Na abertura, o presidente do TRT-PR, desembargador Arnor Lima Neto, destacou que o direito das mulheres é algo intrínseco à Justiça do Trabalho desde sua criação, ressaltando o papel que as mulheres exercem no Tribunal, que possui uma composição equilibrada na força de trabalho. “Atualmente são 101 magistradas dos 213 juízes que compõem a jurisdição, e 1.454 servidoras do total do quadro de 2.776 ativos”, complementou.

A vice-presidente do TRT-PR, desembargadora Marlene T. Fuverki Suguimatsu, destacou a importância do seminário para demonstrar a força do trabalho feminino no processo de construção da sociedade moderna. Na posição da mulher que ocupa o cargo mais alto dentro da estrutura do TRT-PR, a magistrada considera que, na história da humanidade, o trabalho da mulher só vem sendo reconhecido e valorizado recentemente. “Dos 881 Prêmios Nobel distribuídos, apenas 44 foram destinados às mulheres, mas as mulheres sempre estiveram participando da construção social”, destacou.

A presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB, Luciana Sbrissia Silva Bega, foi quem coordenou os dois painéis que compuseram o evento. Para a advogada, a principal função do seminário é mudar a cultura em relação às mulheres. "Empoderamento não é o favor de dar o poder às mulheres, mas é fruto de um processo histórico de dar reconhecimento a elas por sua participação na sociedade como verdadeiro agente de transformação", ressaltou.

Foto: Advogada Luciana Sbrissia, desembargadora Thereza Cristina Gosdal e consultora do Sesi, Renata Thereza Fagundes CunhaAdvogada Luciana Sbrissia, desembargadora Thereza Cristina Gosdal e consultora do Sesi, Renata Thereza Fagundes Cunha

Foto: Palestrante Nárila Paola SirinoNárila Paola Sirino apresentou a ferramenta Empoderamento das Mulheres - Trabalho e Valorização, que traz dados de todo o Brasil

No painel inicial, o tema foi relacionado ao empoderamento das mulheres nas relações de trabalho. A primeira painelista foi a desembargadora do TRT-PR Thereza Cristina Gosdal, que falou sobre a evolução da legislação em relação às questões de gênero. Ela demonstrou como a legislação deixou de lado o moralismo e o patriarcalismo, passando a dar maior autonomia ao gênero feminino para realizar suas escolhas.

Também participaram do seminário as representantes do Serviço Social da Indústria (Sesi), Renata Thereza Fagundes Cunha e Nárila Paola Sirino. A primeira apresentou dados das Organizações das Nações Unidas, em que ficam demonstradas as perdas econômicas causadas pelas diversas formas de violência contra as mulheres. Já Nárila apresentou a plataforma “Empoderamento das Mulheres: trabalho e valorização da mulher”, com dados e estatísticas sobre como a força de trabalho feminina se distribui. A ferramenta permite medir o quanto o salário das mulheres é inferior ao dos homens, inclusive pelo nível de escolaridade.

A segunda parte do evento tratou da igualdade de gênero, sendo aberta pela coordenadora do Programa de Combate ao Trabalho Infantil no Paraná, desembargadora Rosemarie Diedrichs Pimpão, que descreveu a situação de meninas que exercem o trabalho doméstico em situação profissional irregular. “Quando encontramos uma situação irregular com crianças trabalhando, temos que usar o Disque 100, para que sejam tomadas as medidas apropriadas para corrigir a distorção”, disse a desembargadora, reforçando o número de telefone utilizado para denúncias.

Foto: Desembargadores Neide Alves dos Santos e Ricardo Tadeu Marques da FonsecaDesembargadores Neide Alves dos Santos e Ricardo Tadeu Marques da Fonseca falaram sobre discriminação

Foto: Desembargadora Rosemarie Diedrichs PimpãoDesembargadora Rosemarie Diedrichs Pimpão é coordenadora do Programa de Combate ao Trabalho Infantil


A discriminação sofrida pelas mulheres negras foi o tema explorado pela desembargadora Neide Alves dos Santos. A magistrada ressaltou que as dificuldades para as mulheres no mercado de trabalho são reconhecidas, mas a adversidade aumenta ainda mais quando existe o preconceito. “O país ainda é um país altamente racista, mas isso é feito de maneira velada, o que dificulta o combate à discriminação racial”, avaliou.

A remoção das barreiras criadas por atitudes de preconceito também foi o assunto central trazido pelo desembargador Ricardo Tadeu Marques da Fonseca. Ele traçou um paralelo entre a discriminação sofrida por pessoas com necessidades especiais e aquela que ocorre por conta do gênero. “Uma mulher com deficiência recebe um salário equivalente a 10% daquele a que normalmente faz jus um homem sem deficiência”, completou.

Valorização da Justiça do Trabalho

Ao abrir o seminário, o presidente do TRT-PR, desembargador Arnor Lima Neto, lançou oficialmente a Campanha Nacional pela Valorização da Justiça do Trabalho no âmbito do Tribunal.

A campanha - uma iniciativa do Colégio de Presidentes e Corregedores da Justiça do Trabalho (Coleprecor) - conta com a participação dos 24 TRTs de todo o País, além do TST, e tem como lema nacional 'Justiça, Nosso Trabalho'. "Precisamos ressaltar o papel da Justiça do Trabalho enquanto instituição judiciária das mais eficientes no sentido da pacificação social", afirmou o presidente.

Notícia publicada em 04/04/2017
Assessoria de Comunicação do TRT-PR
Foto: Caio Porthus
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Última atualização: quarta-feira, 5 abr. 2017, 10:56