O professor alemão Stephan Voswinkel, jurista que atua no Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt, ministrou a palestra “As Mudanças no Reconhecimento no Trabalho e seus Impactos Psíquicos” para uma plateia de magistrados e servidores do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná.
A audiência pôde ouvir reflexões do convidado sobre as consequências dessa nova forma de trabalho. O novo modelo, segundo o professor, diferencia-se da época clássica fordista, na qual o indivíduo sabia exatamente o que ia fazer em seu trabalho na empresa, o tempo que seria gasto e o resultado final de seu esforço. No atual modelo, essas definições não existem mais.
“Não fica claro ao empregado o que ele deve fazer e em qual prazo. Existe um acordo de metas de gestão por objetivos, em que os empregados se controlam a si mesmos”, afirmou.
Essa sociedade espera do empregado que ele queira trabalhar nessas condições. “As pessoas não imaginam que o trabalhador possa estar satisfeito com aquilo que já alcançou”.
O professor Stephan explicou que no contexto atual os critérios de desempenho se tornaram obscuros e ressaltou a angústia do trabalhador, por não poder estar satisfeito com os resultados já alcançados, tendo que obter sempre mais e mais. “A medida do trabalho é indefinida, logo há a impressão do fracasso”. Entre as consequências dessa forma de trabalho, em que não existe limite, estão a estafa e a depressão, concluiu o jurista.
O convidado, cuja apresentação aconteceu na quinta-feira, 4/12, estava acompanhado na mesa de debates pelo professor David Sánches Rúbio, da Universidad de Sevilla, e pelos juízes Lourival Barão Marques Filho (coordenador da Escola Judicial) e Leonardo Vieira Wandelli.
Notícia publicada em 05/12/2014Assessoria de Comunicação do TRT-PR(41) 3310-7313ascom@trt9.jus.br