Conversa aberta entre servidoras sobre assédio e discriminação enriqueceu oficina sobre o tema na EJ

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Imagem: Fotografia mostra plateia durante evento. (arquivo JPG)
Participantes acompanham o evento no Auditório da Escola Judicial.

No último dia da oficina sobre a prevenção e o enfrentamento aos muitos tipos de assédio moral, sexual e da discriminação, promovida pela Escola Judicial (EJ) do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR), uma conversa aberta entre servidoras sobre assédio e discriminação enriqueceu o encontro. Realizado entre os dias 17 e 18 de outubro, o evento teve palestra sobre novos documentos lançados pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), que visam orientar, em diversos níveis, a não discriminação. O tema foi tratado pela juíza auxiliar do CSJT Patrícia Maeda, juntamente com a juíza do TRT-BA Adriana Manta da Silva, proferiram.

Após a apresentação dos documentos, as juízas Patrícia Maeda e Adriana Manta da Silva promoveram um debate com a participação da plateia. Houve a disponibilização de questionários para conferir a visão de magistrados(as) e servidores(as) acerca de temas como igualdade de gênero, assédio moral, sexual e discriminação. A magistrada Patrícia elogiou as respostas, declarando que a plateia mostrou que tem um entendimento correto sobre os temas, livre de estereótipos.

Mulheres na plateia pediram a palavra para relatar algumas experiências. Duas servidoras abordaram a discriminação de gênero. Uma delas contou que, quando o filho contava com dois anos de idade, decidiu matriculá-lo em uma escola e trabalhar presencialmente. Explicou que, trabalhando em casa, não poderia dar a atenção necessária que uma escola poderia dar. Declarou que recebeu críticas por isso, inclusive de mulheres.

A outra servidora disse que, quando é assediada na rua, costuma responder ao assediador, de forma assertiva. Essa conduta é reprovada por colegas, inclusive os que se apresentam como progressistas. A mulher deveria, então, “ser dócil nesse tipo de situação?”, apontou a juíza Patrícia.

Uma servidora com baixa visão explicou que a autodescrição é de extrema importância para pessoas como ela e a acessibilidade aos materiais pedagógicos de cursos e seminários também, o que nem sempre acontece. Disse, ainda, sofrer com o capacitismo, pois é comum as pessoas se surpreenderem porque ela se veste bem, trabalha e se desloca sozinha.

Por fim, uma juíza contou que sofre racismo por ter a pele mais escura. Na infância, foi discriminada dentro da própria família, pois parte dos familiares é de origem alemã. Relatou que sua secretária de audiência tem a pele clara e, muitas vezes, advogados já partem do pressuposto de que ela é a servidora e a sua secretária, a magistrada. Ressaltou que buscou evitar ser vítima de racismo por meio de muito estudo, até alcançar o cargo de magistrada. Mas percebe que a olham como se ela não merecesse ser juíza.

Clique aqui para acessar a matéria completa no Portal do TRT-9.

Texto: Pedro Macambira Filho e Gilberto Bonk Junior
TRT da 9ª Região (PR)
Assessoria de Comunicação
(41) 3310-7313
ascom@trt9.jus.br

Última atualização: terça-feira, 12 nov. 2024, 08:01